Compartilho tua necessidade.
Privas-me do teu amor.
Ausente no teu desejo, solitária no meu.
Por quê?
Escuta-me? Realmente, escuta-me?
Ou o medo te isolou das minhas palavras?
Responda-me.
Não, não quero mais caricias, não quero
mais
Que envolvas-me com teus braços e murmúrios.
Não quero “talvez”. Quero realidade.
Quero gritar que és meu. A pura posse de
ti. Já que há tempos sou apenas tua.
Responda-me!
Livra-me deste labirinto de sensações e
indagações,
Desta overdose de frustração.
É incompreensível meu pedido?
Não posso fazê-lo sozinha, inúmeras
infrutíferas vezes tentei.
Ao me despedir, ao partir sempre encontro
uma carta tua esperando-me,
Dizendo-me o quanto me estranhas, o quanto
a ti sou cara, o quanto me desejas...
Reascendendo uma vã esperança já desiludida
ao nascer.
Não posso sozinha. Deixa-me.
Não percebes o quanto infeliz sou assim?
Lacerada?
Ao cerrar os olhos, sinto-te tão cerca
Sinto tua pele contra a minha, tuas mãos
deslizando sobre minhas formas,
Meus lábios contornando teus desejos,
Teu cheiro com o meu se fundem
Meu gosto com o teu se mesclam
Teu desejo com o meu se confundem
E ao sentir minhas lágrimas,
Sei que são memórias pretéritas
Não atos de uma peça futura...
Há somente desilusão, descrença e amargura
Pela tua covardia, pela nossa fraqueza,
pela minha indecisão.
Então, sinto-me - desta maneira- em um solitário cárcere,
Numa prisão na qual tenho a chave e não a
uso.
Na qual você tem o controle e não o usa.
Sem entender quais são os laços que ainda
nos ligam,
À
realidade, a algo a mais, a nos mesmo, a je ne sais quo...
Quero eu fugir daqui? Ou me adaptei a este
amor que me sufoca?
E você? Responda-me! Por favor, não me
abandone no silêncio...
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